ILUMINAÇÃO DE AMBIENTES - COMO CALCULAR ( PASSO A PASSO COMPLETO )

10/25/2022


Um dos erros mais cometidos por profissionais que trabalham com obras, sem dúvidas, gesseiro, pedreiros, eletricistas e até mesmo alguns arquitetos, está relacionado com a má distribuição dos pontos de luz de um ambiente. Um ambiente precisa ser bem iluminado de acordo com a necessidade de cada espaço, seja ele uma loja, um cantinho de leitura, uma sala de estar, um quarto ou até um banheiro. Além da estética, a iluminação é adequada a funcionalidade das tarefas que serão executadas ali. 

Neste post, vamos simplificar e explicar de uma forma bem clara, a melhor forma de distribuir luminárias, sejam elas pendentes, plafons, lustres, arandelas ou qualquer outro tipo.

Antes de mais nada, vamos entender alguns termos e conceitos necessários para trabalharmos com iluminação básica.



Iluminância (Lux): É a medição da quantidade de emissão de luz, que passa através ou é refletida em uma determinada superfície em um certo ângulo. É medida em Lux (lx).

Fluxo Luminoso (Lúmens): É a radiação total emitida em todas as direções por uma fonte luminosa ou fonte de luz que pode produzir estímulo visual. Estes comprimentos de onda estão compreendidos entre 380 a 780 nm. Sua unidade é o Lúmen (lm).

Intensidade Luminosa (Candelas): É a medida da percepção da potência emitida por uma fonte luminosa em uma dada direção. A unidade SLTI para medida de Intensidade luminosa é a Candela (cd).

Curva de distribuição da Luz: As curvas de distribuição da intensidade da luz são curvas polares que descrevem a direção e intensidade em que a luz é distribuída em torno do centro da fonte de luz. Para encontrar as intensidades de luz são medidos vários ângulos verticais ao redor da fonte.

Esses dois últimos itens acima, não vamos entrar em detalhes nesta postagem, mas são extremamente importante no conjunto para escolha de uma boa iluminação e variam de acordo com cada luminária.

Um outro termo que vamos usar também na escolha da luminária e que vai ser visto muitas vezes, pois determina diretamente o consumo que essa iluminação vai ter, é o watt.

Watt (W): É uma unidade de potência calculada pela multiplicação da tensão (medida em volts) pela corrente elétrica (medida em amperes). De forma simples, é a quantidade de energia que uma lâmpada usa para produzir luz. Cada lâmpada gasta uma determinada quantidade de energia, sendo sua potência o fator que mais impacta sobre essa quantidade. Quanto mais watts ela tiver, mais energia consumirá e, consequentemente, maior será o custo associado a sua utilização. 

Agora, vamos para o cálculo.

CALCULAR QUANTIDADE DE LUMINÁRIAS POR AMBIENTE

Passo 1: Consultar a NBR para ver a quantidade de lux para cada tipo de ambiente. (Baixe aqui a NBR5413)

Passo 2: Calcular a quantidade de lumens por ambiente. (LUX x ÁREA = LÚMENS)

Passo 3: Escolher o tipo de luminária a ser usada, visitando o site da fabricante para verificar a quantidade de lúmens que ela emite (verificar no catálogo de cada fabricante ou nas especificações da caixa). 

Aqui é preciso definir qual tipo de iluminação é mais adequada ao seu projeto e as necessidades do cliente, bem como o consumo dela. Hoje utilizamos mais as lâmpadas ou painéis de led pelo custo/benefício, mas existem vários tipos de iluminação que podem ser utilizadas.

Outro fator importante na escolha é a função da iluminação. Ela vai ser uma iluminação direta, indireta, semidireta, semi-indireta ou difusa? O que eu quero iluminar? O que eu quero destacar? Cada tipo tem uma função e uma forma de iluminar, conforme mostra a imagem abaixo.


Escolhida a função, é hora de escolher a temperatura da iluminação. 


As lâmpadas na cor amarela, de intensidade 3000k, tem o poder de acalmar e deixar os ambientes ainda mais aconchegantes (ideal para quarto, sala de jantar, sala de TV/Estar e etc). Já a luz branca, chamanda de Branca Fria, como o próprio nome diz, é gélida, nada acolhedor, ideal para locais de trabalho ou onde exijam mais foco, concentração (hospitais, salas de estudo, lojas de eletrônicos, entre outras).

Passo 4: Calcular a quantidade de luminárias por ambiente. (LÚMENS / LÚMENS DA LUMINÁRIA ESCOLHIDA = QUANTIDADE DE LUMINÁRIAS NO AMBIENTE)

Fácil até aqui, não é?

Bom, agora vem a parte que parece mais óbvia, mas que na verdade não é tanto assim. Normalmente, para dividir as luminárias nos ambientes, faríamos uma grade pela planta e distribuiríamos entre os pontos de maneira uniforme. O problema é que dessa forma, alguns cantos acabam ficando mal iluminados e a iluminação não fica tão bem distribuída, em alguns pontos pode ficar em excesso desnecessário e outros em falta.

Então, qual seria a forma correta para distribuir os pontos de luz? Depende do tamanho do ambiente! Mas isso é resolvido com uma fórmula bem simples, que vamos ver agora.

DISTRIBUIR LUMINÁRIAS NO AMBIENTE

Baseado na planta, defina COMPRIMENTO e LARGURA do retângulo do ambiente, pois precisaremos fazer o cálculo em cada um dos lados, caso tenham tamanhos diferentes. Caso seja um quadrado perfeito, o cálculo só é feito uma vez.

Tenha em mente desde já, como quer posicionar mais ou menos as luminárias, faça um rascunho ou já pré-posicione os pontos de iluminação no AutoCAD ou programa que você usa. (não tem problema arredondar a quantidade, por exemplo, no cálculo deu 5,4 e arredondar para 6)

Baseado nesses dados, vamos descobrir a Distância Inicial/Final e a distância entre os pontos de iluminação.

FÓRMULA 1 - DISTÂNCIA ENTRE PONTOS DE LUZ

DP=CT/QP

DP: Distância entre pontos de luz (m)

CT: Comprimento Total da área que quer calcular (m)

QP: Quantidade de pontos de luz


FÓRMULA 2 - DISTÂNCIA INICIAL DOS PONTOS DE LUZ (DA PAREDE)

DI=DP/2

DI: Distância Inicial da Parede (m)

DP: Distância entre pontos de luz (m)


De acordo com o cálculo acima, caso o ambiente seja quadrado (4,00m x 4,00m), basta repetir as distâncias (inicial e entre pontos).

Caso o ambiente seja retangular (C=4,00m x L=3,00), faça o cálculo para o comprimento e também para a largura, pois vão ter distâncias diferentes. 

Agora, basta desenhar a malha de acordo com o resultado do cálculo e posicionar as luminárias.


Fazendo isso, o ambiente ficará bem iluminado, com pontos de luz bem distribuídos no ambiente e bem adaptados a função para o que foi destinado. Sem segredos.

Caso tenha ficado ainda alguma dúvida, o pessoal da GreenEng fez um vídeo super explicativo com o cálculo que certamente vai sanar suas dúvidas.


7 ERROS MAIS COMUNS DO PROJETO LUMINOTÉCNICO

1. Contratação de profissionais não especializados;

2. Aquisição de dispositivos baratos e de baixa qualidade;

3. Não atendimento às Normas Regulamentadoras;

4. Falta de iluminação adequada para o ambiente;

5. Instalação de luminárias e refletores em altura inadequada;

6. Desconsideração da emissão de calor das lâmpadas;

7. Planejamento sem customização.


7 DICAS PARA MELHORAR SEU PROJETO LUMINOTÉCNICO

1. Aproveite ao máximo a luz natural;

2. Decoração e iluminação devem caminhar juntos;

3. Inclua diferentes tipos de lâmpadas em seu projeto de iluminação; 

4. Evite pontos de reflexão direta que podem atrapalhar a visão (para spots, dê preferência aos direcionáveis);

5. Inclua a iluminação indireta em seu projeto de iluminação;

6. Invista em controladores de iluminação (Controladores de intensidade e interruptores wi-fi são uma boa opção. Uso e recomento);

7. Cuidado com a altura na hora de escolher a luminária.


Tantos os erros quanto as dicas, são assuntos para um outro post, mas queria deixar aqui para vocês já terem uma ideia legal de como começar sem errar. E se vocês gostaram do tema e do material, deixem aqui nos comentários sugestões, dúvidas e compartilhem com os amigos também.

Um grande abraço e Até a próxima!

Fontes: Energilux, Casa Mattos, Archtrends Portobello e GreenEng.

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