Etapas de um Projeto Arquitetônico

4/07/2016



Um projeto arquitetônico não é tão simples como fazer uma planta e construir a casa. Há uma série de fatores que são determinantes antes de fazer uma construção e que são imprescindíveis em um projeto arquitetônico, como o PARTIDO, o PROGRAMA DE NECESSIDADES, o CONCEITO e o DIMENSIONAMENTO DE AMBIENTES.

Vamos conhecer cada uma dessas etapas.

1) LEVANTAMENTO DE DADOS

Nesta parte, buscamos informações sobre o que vamos construir, sobre o terreno e todo seu entorno, através das etapas de:

Referências de projeto ou estudo de caso (Ex.: para um projeto de residência, estudamos projetos similares. Para um comércio, pesquisamos dados sobre comércios...Assim, conseguimos conhecer algumas técnicas, tipos de materiais usados e etc); 
Visita ao terreno: neste momento, faremos anotações fundamentais como tráfego, entorno, vegetação, clima, orientação; 
Elaboração do mapa de potencialidades: aqui, criamos um mapa relacionado a tudo o que anotamos na visita;

Mapa de Potencialidades

Objetivos e programa de necessidades: Essa é a parte que nós sentamos com o cliente para definir as necessidades que ele tem em relação ao projeto, como ambientes, setores e seus objetivos. A partir desse momento, nosso projeto terá sua base;

O que é Programa de Necessidades?
 Esse programa consiste basicamente em desenvolver o espaço pensando na comodidade que será trazida pelo local, tanto na distribuição dos ambientes quanto nos móveis. Ele será necessário desde o início até o fim do projeto, na hora da decoração.
O primeiro passo é determinar o perfil do cliente. Por mais que para alguns isso não pareça importante, é muito bom ter em mãos o dia a dia dessa família, caso seja uma residência. Recebe muita gente em casa? Pensa em ter bicho de estimação? Gosta de cozinhar? Quantas pessoas constituem essa família e o que mais fazem enquanto estão em casa? Tem criança pequena? Se for para receber muita gente, o que é mais interessante, um jantar fino ou um grande churrasco? Todas essas coisas podem parecer irrelevantes no primeiro momento, mas é um grave engano cometido por alguns profissionais.
O programa fará a divisão dos cômodos também. Caso seja um espaço comercial com muitas lojas, já deve pensar qual o tipo de loja, se receberá muitos ou poucos clientes. E se for um grande espaço de festa? As colunas atrapalham! Tudo deve ser minuciosamente estudado.

Qual é o conceito dele?
Ele nada mais é do que um conjunto de práticas que devem ser tomadas por um arquiteto na hora de fazer o projeto, seguindo a lógica. Mas seguindo essa lógica, significa não levar em conta as necessidades de acordo com o partido arquitetônico, que foi feito justamente para melhor atender a quem utilizará o espaço. Para o conceito talvez esteja uma cozinha de tamanho médio, mas a família queira uma muito grande para fazer grandes refeições e cozinhar coisas grandes. Está fora dessas regras, mas é a forma mais adequada para o projeto.

Dimensionamento de ambientes: Depois de analisar as necessidades do espaço, os ambientes devem ser definidos, mas aquilo nem sempre agrada quem pediu o projeto. Por esse motivo, deve ser feito um PRÉ-dimensionamento com os valores mínimos a serem adotados para a área e para o espaçamento.
Além apenas da área dos ambientes, deve levar em conta também a comodidade e a maneira como será feita a organização interna. Por exemplo, uma sala de jantar que fique junto com a sala de estar. É um local onde passará pessoas de dois ambientes distintos e haverá também móveis para os dois, e essa movimentação de um não deve atrapalhar a do outro, ou seja, eles devem ter uma distância mínima para que pelo menos uma pessoa passe sem qualquer problema e sem que haja a necessidade de mover cadeiras ou poltronas para que alguém passe, ou que tenha que sair do caminho para abrir a porta de um armário ou aparador.

Exemplo de Pré-Dimensionamento de Ambientes (Programa de Necessidades)


1) PARTIDO

partido é um estudo muito detalhado de vários fatores antes mesmo de o projeto começar a ser pensado, afinal, um projeto de construção não é tão simples e também deve levar em consideração vários fatores vindos do dono do empreendimento. Para que o partido seja constituído, há 10 parâmetros a serem seguidos, que podem/precisam ou não ser considerados com disciplina. A verdade é que quando mais deles estiverem completos, melhor atenderá e satisfará o cliente.

Os 10 partidos são:
– Terreno  – Deve ser feito um estudo topográfico do terreno para determinar a área de construção, o acesso a ela, os cuidados com o entorno, etc;
– Finalidade  – Qual o objetivo do projeto? Residencial? Comercial? O acesso é público? Isso deve ser levado em conta;
– Implantação – A implantação depende diretamente do estudo do terreno, e precisa levar em conta a iluminação natural, prevalência de recursos ambientais, etc;
– Programa – Leva em conta a finalidade, para determinar o número de cômodos, espaço entre eles, distribuição dos ambientes, acomodação desses, entre outros;
– Conceitos – Determinação da linha de construção que será seguida, seja essa clássica, moderna ou contemporânea;
– Legislação – Deverá levar em conta os códigos e leis ambientais descritos pelos órgãos responsáveis por aquela área, e eles terão, inclusive, que aceitar ou não o projeto antes de iniciar a construção, por isso deve ser bem analisado antes de fazer para que não haja problemas; É fundamental estudar a legislação para um projeto ideal, como o PDU (Plano Diretor Urbano) da cidade, NBR 9050 (Acessibilidade), NBR 9077 (Saídas de Emergência), NBR 15220 (Conforto térmico), NBR 15575 (Desempenho Geral), entre outras.
– Elementos Construtivos – Este depende muito do Programa e do Conceito, e determinarão os materiais utilizados na estruturação do projeto;
– Forma e Volume – Também depende do Programa e dos Conceitos, determinando que ambiente dará vista para outro, a ocupação do espaço, etc;
– Flexibilidade – Ele deve ser pensado para que mudanças possam ser feitas a qualquer momento, mesmo que precise de pequenas adaptações; 
– Viabilidade – Levando em consideração o custo total do empreendimento, as condições de construção de acordo com clima e a disponibilidades de equipamentos e técnicas construtivas apropriadas para isso.


Após pensarmos em todos esses nesta parte, termos uma ideia inicial do que será projetado através de plantas, desenhos, volumetrias e etc. Como por exemplo:



Fluxograma dos ambientes

Implantação Esquemática em escala (Croqui)

Maquete Volumétrica em Escala (Aqui, não importa os detalhes e sim os volumes que o projeto terá)

Perspectiva Esquemática em Escala

Planta de Setorização (obviamente, dividido por setores)
O Estudo Preliminar: É na fase de estudo que são elaboradas as primeiras plantas do futuro projeto. Dependendo do tamanho do que se deseja edificar, ela pode ser mais simples ou mais detalhada. Pode ser colorida, apresentar mobiliários e ser acompanhada de perspectivas, quando necessário. Pode haver mais de uma opção para o mesmo local, cabendo ao cliente escolher aquela que mais lhe agrade. Quando o cliente não se satisfaz por completo com nenhuma solução apresentada, podem ser realizados novos estudos, descartando ou adaptando os anteriores. Em alguns casos, projetos como estrutura e fundação, dentre outros, também são concebidos dentro desta etapa, auxiliando decisões posteriores.

O Projeto Legal: Ele é um avanço dentro da opção escolhida pelo cliente. Nesta fase, o projeto começa a se definir. São elaboradas plantas, cortes e fachadas de todo o projeto, com áreas, dimensão das esquadrias, níveis e diversas informações que servirão para dar entrada na licença da obra junto à prefeitura local.

O Anteprojeto: Esta etapa é quando, são elaboradas as plantas que serão enviadas ao projetistas complementares (calculistas, instaladores, dentre outros), para que eles elaborem seus respectivos projetos. Aqui são elaborados os Anteprojetos de todas as especialidades para serem analisados durantes a etapa seguinte.

O Projeto Executivo: Esta é uma das fases mais importantes de um projeto. Nela, são analisados todos os projetos e é feita a chamada compatibilização, na qual são verificadas todas as possíveis interferências entre arquitetura, estrutura e instalação, evitando sobreposição de elementos, como por exemplo, um cano cruzando uma viga, o que, sem previsão, poderia atrasar na obra. As plantas baixas, cortes e fachadas desta etapa devem apresentar o maior número de informações possível, a fim de evitar dúvidas, contendo, de preferência, a localização da estrutura e dos pontos de instalação. São indicados também os acabamentos dos ambientes.

O Detalhamento: Esta é uma etapa importante, mas quase sempre esquecida. São feitas plantas ou cadernos com desenhos indicando como serão executados os acabamentos. É ele que evita grande parte dos “pepinos” que se encontram em obras civis. Todos os detalhes deverão estar referenciados nas plantas do Projeto Executivo. 




É a existência ou não de alguns desses itens que normalmente faz um projeto ficar mais barato ou mais caro. Por isso, antes de contratar um projeto, pergunte sempre a seu arquiteto o que está incluído no escopo dele.

Além do trabalho do arquiteto, na realização de todo projeto, deve-se avaliar a necessidade da contratação de outros profissionais especializados, como topógrafos, calculistas e instaladores e outros, que serão responsáveis pela elaboração das chamados projetos das especialidades. Estes profissionais poderão ser indicados pelo cliente ou pelo arquiteto.

Espero que as dicas tenham sido úteis. Abraços!


Fontes: Blog Construir e Premium Engenharia Inteligente




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3 comentários

  1. Maravilhoso... me ajudou muito nos meus estudos. Obrigada.

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  2. Excelente!! Vai me ajudar muito assim como meus colegas em projetos acadêmicos. 👏👏

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